Friday, January 13, 2006

Auto-retrato a Pixéis

Por erro do próprio site, é-me impossível repetir, como era meu propósito, a Bússola Política disponibilizada online pelo Público, pelo que os resultados finais da mesma que se seguem datam da última vez que a fiz, dia 17 de Junho 2005.

Resultado:
Esquerda / Direita: -7.25
Autoritarismo / Libertarianismo: -3.90

Para os não familiarizados, os resultados negativos no eixo do x simbolizam inclinação à esquerda; resultados negativos no eixo do y simbolizam tendências liberais.

Posto isto, ante ti, que lês, me pinto politicamente:
Independente e radical - serão talvez as palavras que melhor me definem. Com laivos de anarquista, em grande medida herdados da utópica sociedade apresentada em Fight Club, com um imaginário preenchido pelas revoltas estundantis dos anos 60 e os movimentos de afirmação juvenil como os hippies, influenciado fortemente pelas concepções anárquico-pacifistas de Tolstoi e Gandhi: eis-me ante ti. Agnóstico da globalização, descreio do comunismo, do capitalismo e do autoritarismo - em que creio nem eu próprio sei bem. Sobre a sociedade moderna, a minha visão não mais seria a mesma depois de ler as páginas 100 a 105 do livro O Totalitarismo, de Claude Polin. Filosoficamente, sou um céptico moderado, um amador do saber (não é isso que significa filósofo?) que cogita, ainda com pensamentos muito titubeantes. O Mestre, nessa área, é Platão. A Berkely e Hume devo as minhas tendências solipsistas. De Nietzsche, bebo a poesia. Fascinado pela Grécia Antiga, a ela retorno continuamente.
Poeta, ou fazedor de versos; escritor, a minha maior influência são as tragédias gregas, que tiveram a sua sublime continuação em Hamlet, de Shakespeare. Apaixonado, na nossa língua, por Pessoa - esse colosso! - e o seu "imperador da Língua Portuguesa": o Padre António Vieira. O meu mestre é, contudo, Tolstoi, não negando a Swift, com a sua mordaz sátira, e a Melville, com a sua obra-prima do mundo e da sua pena, o lugar que têm no meu panteão. Filosoficamente, não posso deixar de referir o meu iniciador nessa disciplina do pensar: Jostein Gaarder. Sou também apreciador confesso de Hugo Pratt e o seu Corto Maltese.
Sou um apaixonado do cinema, aberto ao cinema de autor no último ano. Tanto amo a sétima arte que deliro mesmo em ser realizador, se bem que as clássicas (e essa paixão pela Grécia Antiga, como Sophia a tinha, cravada na alma) também me atraem como Circe. No cinema, o Grande Génio, o «Pequeno Cavaleiro», é Lars von Trier. O criador do Belo, Francis Ford Coppola. O Mago da Filadélfia, M. Night Shyamalan. O inigualável Spielberg, com a obra de arte da Lista de Schindler. Fincher, com o seu estilo marcado e único e macabro, ou Kubrick, com a sua visão distópica da Laranja Mecânica. Aqueles que souberem ler correctamente esta lista, decerto descobrirarão muito sobre a minha personalidade.
Na música, a luz que brilha, nascido no mesmo dia que eu, é Beethoven. No mundo dos clássicos, oiça-se ainda Bach e Wagner. A continuação dos clássicos são as bandas sonoras, ouvidas sem cessar por mim, nomeadamente John Williams, pela América, Yann Tiersen, pela Europa, e Joe Hisaishi, pela Ásia. De resto, preenchem-me os dias os irlandeses The Corrs, e todas as sonoridades góticas, nomeadamente no âmbito do metal, com destaque para Theatre Of Tragedy, os velhos, até 1999.
Escrevi já demais - como escrevo quinzenalmente para o Jornal Da Mealhada, a minha cidade, sob o nome de O Corvo - homenagem a Poe, esse mestre que um esquecimento breve tirou de junto do panteão que há pouco referi. Convido agora o João a apresentar-se também: como membro do blog, escusa de o fazer num comentário escondido: decerto ele terá muitas surpresas para nós...

Valete, Fratres

No comments: